RELAÇÃO CAMPO-TEORIA

Relação com a disciplina – Filme "A História Secreta da Obsolescência Planejada"

Vivemos em um período em que a indústria tecnológica lança grandes novidades quase que diariamente, nesse contexto onde novos produtos ficam velhos cada vez mais rápido, podemos levantar diversas questões relevantes ao tema de nosso trabalho, dentre elas, até que ponto essas inovações tecnológicas são tão imprescindíveis para nós como os comerciais nos dizem? E qual o impacto disso na produção de lixo eletrônico?

No filme “A História Secreta da Obsolescência Planeada” vemos a estratégia adotada pelas indústrias capitalistas. A sociedade do consumo, moldada através das propagandas aliadas ao sistema injusto e desonesto que nos abriga a consumir cada vez mais.

A indústria tecnológica é um grande exemplo de obsolescência planeada. Todo ano vemos novas versões, pouca coisa melhora em relação à versão anterior, mas de alguma forma passa a impressão de que seu “aparelho de última geração” se torna obsoleto após apenas 1 ano. Chamamos isso de obsolescência perceptiva. E na lógica comercial, em alguns anos seus aparelhos eletrônicos terão virado sucata tecnológica. Percebemos então que boa parte dos novos lançamentos não são tão imprescindíveis para nós como dizem os comerciais, mas na verdade fazem parte de uma estratégia de incentivo ao consumismo desenfreado da obsolescência planejada.

E para responder a segunda questão levantada “Qual o impacto disso na produção de lixo eletrônico?” podemos analisar o resultado de nossa pesquisa, onde constamos que entre os entrevistados, mais da metade troca de aparelho celular mesmo que este ainda esteja em condição de uso. Seja por seu aparelho ter se tornado obsoleto ou por simplesmente desejar os novos celulares, a questão do ritmo acelerado das inovações e lançamentos tem impactado de forma direta na produção de lixo eletrônico. Quantificar esse impacto é muito complicado, pois não temos dados de como seria a produção de lixo eletrônico se não existisse a obsolescência programada, mas podemos concluir que com certeza é um dos fatores mais influentes na produção de lixo tecnológico. 

Relação com a disciplina – Filme: "A História das Coisas"

No filme A História das Coisas nos é apresentado o cenário de como são produzidas as coisas, começando pela extração dos recursos, passando pelo processo fabril, até o consumidor. E percebemos como esse processo é custoso em termos de material humano e como ele produz lixo em cada uma de suas etapas.

Todo esse lixo tem causado problemas, pois o não tratamento adequado do lixo é uma ameaça ao bem estar da saúde, do ambiente e da sociedade de uma forma geral. Temos uma ideia errônea de que se tratarmos o lixo produzido nas casas corretamente estaríamos resolvendo toda questão envolvendo o lixo, mas o que o filme diz é que para cada saco de lixo produzido nas casas, 70 são produzidos no processo fabril (nos EUA). E descobrimos em nossa pesquisa que segundo o Manual de Gerenciamento Integrado (IPT/CEMPRE, 1995), são produzidas diariamente no país cerca de 241 mil toneladas de lixo, das quais 90 mil são de origem domiciliar, ou seja, apenas aproximadamente 37% do lixo é domiciliar. Mesmo se conseguíssemos reciclar 100% do lixo produzido em nossas casas (estamos muito longe de conseguir) ainda estaríamos longe de resolver o problema.

No caso dos eletrônicos temos problemas adicionais, pois os resíduos causam danos ainda piores à saúde da população e tem maior dano ao meio ambiente.  Dentro da lógica do mercado, a cada dois anos são trocados computadores, baterias de celulares, equipamentos de impressão e conexão, cabos etc. Todo esse material descartado gera um acumulo grande de toxinas que podem e devem ser tratadas.

A reciclagem é a melhor opção para lidar com o lixo eletrônico, podemos recolocar os subprodutos gerados por esses equipamentos novamente no ciclo produtivo. Reduziríamos assim o acumulo de lixo de um lado e a pressão pela extração de mais matéria prima de outro. 

Com a reciclagem podemos reduzir a necessidade global pela extração de matéria prima como o ferro, alumínio, ouro e prata e reduzir também a busca por ingredientes tóxicos (mercúrio, chumbo, bismuto, etc.), indispensáveis para produção da maioria dos componentes eletrônicos.

No filme nos mostram como muitas vezes os produtos são feitos de forma intencional a não serem reciclados, é dado o exemplo da caixinha de suco feita de plástico, papel e metal misturado, nos mostrando como o interesse econômico e a vontade de produzir e vender cada vez mais sobrepõe os interesses de bem estar social e ambiental. Precisamos de avanços na reciclagem do lixo eletrônico (que tem acontecido nos últimos anos) e olhar com mais cuidado não só para o lixo de nossa casa, mas também com o produzido em todo o processo, da extração ao consumo final. 

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